domingo, 28 de agosto de 2011

-DO CONSELHO DOS NOVES - BATINES E CORO CELESTIAL

JÁ ESCREVI  SOBRE AS VERBENAS, AGORA SOBRE : BATINES
   
O vento fala. Às vezes como o sussurro de um amante, outras como o grito de um sirocco. Como o vento,os Ahl-i-Batin parecem não ter forma, sendo invisíveis e elementais. Como o vento, eles falam através de muitas vozes. Mestres da Conexão, esses místikos atravessam grandes distâncias com facilidade. Durante as Cruzadas, assassinos Batini derrubaram reis; agora seus diplomatas alisam as penas eriçadas enquanto seus guerreiros fazem tréguas mais duradouras. Quando surge a necessidade, esses magi aparecem, realizam seu dever e somem. Os laços dos Batini com o Conselho são mais profundos: muito tempo atrás, convites misteriosos convocaram dezenas de magi. Na casa de um mercador árabe, os convidados estabeleceram os planos para a Teia da Fé. Eles acabaram por perceber que seu anfitrião era um feiticeiro inferior agindo em nome de uma sociedade maior: os Ocultos, cujo nome — Ahl-i-Batin — significa "sutil" e "interior".
Por trás desse nome enganoso encontra-se um laço comum a todos os grupos. Quinhentos anos antes de Cristo, uma guerra arcana levou a uma união bizarra. Um grupo de Irmãos de Akasha cansado da guerra se encontra por acaso em meio a uma dança Extática; juntando-se a ela, um deseus membros subitamente uniu-se a um Extático, criando uma entidade com dois rostos chamada de Khwaja al-Akbar. Numa série rápida de revelações, ele anunciou a Doutrina da Unidade, em que todas as partes da Divindade deveriam ser reunidas num único e
inefável todo. Os grupos de guerra das outras seitas interromperam essa "Noite de Fana." A batalha resultante transformou as planícies férteis num deserto. Assim nasceram os Ahl-i-Batin.
Após essa noite, os sobreviventes tornaram-se miragens. Unindo suas antigas Artes às revelações arcanas de Khwaja al-Akbar, eles transcenderam o espaço mortal.
Num vão entreo tempo e a distância, os Batini descobriram o Monte Qaf, o coração da Criação. Ali eles construíram a cidadela de Sihr Maqamut e estabeleceram um laço de união através de uma rede telepática — o Naffas Allah, ou "Sopro de Deus." Ao longo de diversos séculos, os Batini se espalharam pelo Oriente Médio, plantando o conhecimento entre as tribos guerreiras. Em suas viagens, os Sutis enfrentaram os Whash (Desauridos), Mafgouh Doudi (Nefandi) e outros inimigos seculares. Para prevalecer, os Batini empregaram disfarces, furtividade e artifícios. Seu convite para os outros grupos propiciou novos aliados. Logo o Islã lhes concedeu um propósito
Sem dúvidas, a Teia da Fé foi o berço da futura Convocação. Através de emissários, professores e assassinos ocasionais, os Sutis agora orientam as Tradições fragmentadas em direção à Unidade da qual falou Khwaja al-Akbar. Apesar do esforço do grupo, a maioria dos magi europeus não conhece os Batini; aqueles que conhecem consideram-nos muçulmanos hereges. Embora os Batini abracem devotamente a fé de Maomé — uma extensão Divina de sua própria doutrina — o grupo permanece oculto por trás de véus de segredos. Os poderes fantásticos dos Fana são abominações para a maioria dos filhos do Profeta, de forma que os Batini continuam "sutis" até hoje.
Como indivíduos, os Batini costumam ser um povo charmoso e trabalhador. A palavra "feiticeiro" é um insulto para eles, mas a maioria irá tolerar "magus". O Sutil comum chama-se de khilwat — ou silêncio. Esse termo estranho refere-se tanto à comunicação telepática que os Batini preferem como o silêncio anterior à grande revelação. Nesse silêncio, Alá sussurra aos Iluminados, e esse sussurro segue como o vento.
Filosofia: A sabedoria não vem do isolamento, mas da experiência. O aprendizado é fundamental, mas a maturidade é ainda mais. A maioria dos Murids (magi experientes) dominou a Mente bem o suficiente para alcançar uma empatia profunda pelas outras pessoas. Combinado com suas viagens, estudos e doutrinas, um khilwat espelha oconceito da própria Unidade. A Unidade encontra-se na essência de nossas crenças. O Divino dorme em todos, mesmo nos descrentes. Todas as coisas estão ligadas a Alá; com Sua ajuda, aproximamos um pouco as ligações. A saber — perseverança — fortalece os homens, e a generosidade torna-os virtuosos. (Infelizmente, as Cruzadas e a Reconquista zombam da Doutrina da Unidade. Certamente Alá nunca planejou isso! Frente à ignorância e à traição, os Sutis ensinam quando podem e matam quando precisam. O reconforto eterno "La ilaha Ma 'llah" — "Não há Deus além de Alá" — nunca está longe de seus lábios.)

Estilo e Ferramentas: A mágika é um presente de Alá para Seus muttaqi (servos devotos). Um Murid realiza seus milagres através de preces, meditação, cânticos e música. A matemática esotérica rompe as correntes do preconceito e a dança liberta a mente e o corpo. Alguns khilwati praticam alquimia, mas mesmo esses povos prezam as riquezas
espirituais em detrimento das materiais.

Organização: Alguns Batini evitam a discrição; vestidos com adornos de diversas culturas, eles se deleitam com o esplendor árabe. Khilwat sutis se disfarçam e ocultam seus talentos místikos. Apesar dos preconceitos, muitos Batini são mulheres — membros respeitados, se não iguais, da sociedade. Elas assumem o título de shaykha e favorecem a adivinhação e a narração. A maioria dos Batini são Murids, magi deconhecimento limitado. Reunidos em khanaqahs (casas), eles cuidam das questões terrenas. Khilwati realmente sábios adquirem um status de Murshid e viajam para o Monte Qaf, nos Outros Mundos. Em seu lares, os shaykhs (- Murids de nível elevado) mantêm harraams, locais de descanso para magi cansados. Cada membro do khanaqah adquire seu título a partir de uma atividade doméstica (o Padeiro, o Portador do Cálice, etc). O Sopro de Deus liga todos eles e permite que os Batini se reúnam através de grandes distâncias.
CORO CELESTIAL
Nenhum som é mais transcendental que as vozes do homem e de Deus em harmonia. Transportado pela comunhão, um canto humano imperfeito eleva-se como o vento e torna-se um carrilhão na música das esferas. Por isso, como é terrível ouvir esse canto sendo sufocado pelo tilintar de moedas e o ruído de vestes. O canto é rompido como um ladrão no suplício da roda, e suas notas tornam-se amarguradas. Os verdadeiros Cantores do Senhor se aterrorizam com esse clamor e levam as luzes à escuridão, às vezes com velas, outras vezes com ferretes.

O Canto começa com a Criação. A medida que Deus Cantou as primeiras notas, a Terra, os céus, os anjos e todos os seres vivos juntaram-se a sua voz. O Canto Divino aumentou num crescendo, e em seguida tudo repousou. Mas Lúcifer trouxe dissonância, e sua voz envolveu-se ao redor da base da Criação. No Jardim, Adão e Eva reuniam-se ao Senhor todos os dias através de cantos. Na noite da Queda, eles deixaram de cantar, e o mundo tornou-se mais sombrio a partir de então. Deus ainda ama o mundo, mas a Criação não canta mais para ele. Mas o Canto nunca terminou
Para ouvi-lo é preciso Despertar. Todos os Coristas o fizeram, e sua missão é compor um hino que trará todas as vozes de volta à harmonia — rapidamente! Os Coristas ouvem um
novo Canto à distância — uma Nênia Final. Antes que suas notas rebentem os pilares do Céu, os Cantores precisam unir as vozes Despertas e fazer com que a harmonia volte ao mundo. É uma tarefa perigosa, que começou quando o magus egípcio Mentu-hetep promoveu uma reunião. Muitos magi ouviram os ecos do Primeiro Canto, mas poucos lhe deram atenção. Com aqueles que o fizeram, Mentu-hetep criou a Congregação Sagrada e enviou-os outra vez ao mundo. Eles não tinham muita utilidade nesse mundo; até que Jesus Cantasse acima dos ruídos, na Criação se ouvia apenas a dissonância.
Muitas seitas que se lembraram do Primeiro Canto juntaram-se à Ária do Salvador. Uma sociedade, as Vozes Messiânicas, surgiu pouco antes de Sua crucíficação; depois disso, elas mantiveram Seu Canto vivo. Apesar das fogueiras, dos leões e outros tormentos, seu Canto continuou até que um imperador começasse a cantar também. Na época em que Roma entrou em colapso, as Vozes já tinham uma posição firme na Igreja — e a amizade dos Cavaleiros de Gabriel. Conforme a Igreja cresceu, as Vozes aumentaram... às vezes com orgulho. Em sua tentativa de espalhar a harmonia, eles enfrentaram pagãos e magos. Embora militantes no princípio, alguns Cantores começaram a questionar a Ária escrita com lâminas. Seu canto hesitou, então desapareceu por trás dos gritos da Inquisição. O "Cisma da Piedade" resultante acabou com as Vozes Messiânicas; perseguidas por seus antigos companheiros, elas começaram a cantar apenas para si mesmas. Mas a Voz de Deus não pode ser negada. Unidas pelo carismático Cantor Valoran, as Vozes refugiadas e os Cantores recém Despertos uniram-se num "Coro Celestial", promovendo sua melodia triunfante na companhia de hereges. Aos olhos da maioria, os Coristas também são hereges. Seus métodos místikos marcamos como ferros em brasa.
Apenas a compreensão e uma grande fé poderiam levar uma pessoa a unir-se a uma sociedade como essa, e realmente muitos a deixaram. Aqueles que permaneceram são almas fortes e devotas, brilhando com convicção. Cada um desses magi (eles não toleram seu chamados de "feiticeiros") ouve os ecos do Primeiro Canto de forma tão intensa que nenhum fogo pode detê-lo.
Se pudessem escolher entre uma Igreja decadente e uma congregação nova e essencial, os Cantores prefeririam esta. Afinal de contas, Jesus ensinou prostitutas e cobradores de impostos; a maioria dos Coristas prefere estar cercado de pecadores honestos do que de hipócritas religiosos. O Coro proporciona uma voz de consciência, reverência e caridade num Conselho repleto de ódio e rancor. Não que eles sejam submissos — é preciso ser um homem forte para ficar diante dos portões do Inferno e cantar! Um Corista Celestial é um fora-da-lei perante a Igreja e um inimigo para muitos de seus companheiros. Seria mais fácil simplesmente ocultar-se nas sombras da Igreja e esconder sua lâmpada sob uma cesta, mas a luz arde com tanta intensidade que ele não pode virar as costas para ela. Dividido entre a fé, o medo e a Voz inegável de Deus, ele afina sua voz, enche os pulmões e canta para sua alma imortal.


Filosofia: Nosso Pai tem muitas vozes — quando você o ouve no canto de outra pessoa, não pode ignorá-lo. Esse Canto pode vir da garganta de um mouro, de um artesão e mesmo de uma bruxa; as palavras não são importantes quando a fé está ali. A Nênia Final cresce como um trovão à distância. Logo ela irá sufocar-nos, a não ser que todos cantemos juntos. A coragem deve ser seu refrão — a coragem de Daniel no covil dos leões ou de Cristo no Calvário. O Canto do Senhor nunca foi doce ou fácil, mas Sua Graça irá afastar as próprias chamas do Inferno.

Estilo e Ferramentas: Canto, fogo e preces concentram o poder em Deus. Conforme curam os doentes, cultivam as plantações e invocam chamas do céu, esses místikos brilham com a glória divina. Como santos, os Coristas muitas vezes manifestam auréolas e raios de sol quando realizam suas Artes; quando os mortais presenciam demonstrações como essas, eles se ajoelham em admiração. Em termos de jogo, a maioria dos milagres Celestiais são casuais; nenhuma outra seita goza da mesma reverência por parte das pessoas comuns.

O preço é a devoção: embora cada Cantor sofra de dúvidas e lapsos, sua fé precisa ser gigantesca. Como o vão de uma catedral, a visão de um Corista estende-se a um local exaltado que a maioria dos humanos nunca vê. Sem uma convicção profunda, suas Artes — e sua sociedade— seriam impossíveis.

Organização: Diversos títulos do Conselho vêm de sugestões de Valoran; assim, o Coro utiliza-os sem reclamações. O Tribunal Miseracordium (Tribunal de Perdão) determina as políticas para a Tradição; Valoran encabeça o Tribunal, mas não o domina, a não ser que isso seja necessário.

Primus: Valoran (o "nome secreto" de um bispo francês).

Iniciação: Embora alguns Coristas venham do clero, a maioria é composta simplesmente por pessoas comuns que experimentam visões arrebatadoras. Uma pessoa deslumbrada por tal conhecimento pode encontrar seu caminho até outras almas com a mesma mentalidade ou a algum local ou livro sagrado. Ele aprende conhecimentos secretos com seu mentor. A iniciação inclui sete juramentos sagrados, cujo não cumprimento pode levar à morte: Silêncio, Caridade, Perdão, Reverência, Reflexão, Trabalho Sagrado e Iluminação.

https://sites.google.com/site/magocruzadadosfeiticeiros/home



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